tempos médios de espera

Hospital Particular Alvor

00h00m

Urgent Care

Hospital Particular Gambelas

00h02m

Urgent Care

00h00m

Paediatrics

Hospital Particular da Madeira

00h27m

Urgent Care

00h00m

Paediatrics

Madeira Medical Center

00h00m

Urgent Care

Enf.º Alain Delgado

Enf.º Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia

 

Repouso absoluto no leito versus repouso relativo em grávidas com risco de ameaça de parto pré-termo

HPA Magazine 11

Maternidade

 

O nascimento de uma nova vida é um acontecimento muito importante na vida de qualquer casal. Estes procuram preparar-se para a gravidez, para o parto e tentam naturalmente preparar-se para acolherem o novo elemento da família.
No entanto, algumas vezes os planos são alterados, surgindo uma ameaça de parto antes da gravidez atingir o termo, que são as 37 semanas. 
Perante a ameaça de parto pré-termo (APPT) a grávida é internada pelo obstetra para vigilância e terapêutica.

 

 

 



Nesta situação, as medidas propostas pelos obstetras visam impedir o parto pré-termo (PPT), ou pelo menos, atrasar o parto quando possível. Outro objetivo é proporcionar as melhores condições de maturação pulmonar ao feto. Esta maturidade é assegurada por meio de corticoides (quando a sua prescrição se enquadra com a idade gestacional existente) e visa otimizar o funcionamento respiratório no nascimento. 
A administração de medicação tocolítica, que tem a função de tentar interromper a contratilidade do útero, pode ser um fator importante, sendo a sua pertinência para cada situação avaliada pelo obstetra.
O repouso também costuma ser uma das primeiras indicações clínicas. É geralmente prescrito, pois o trabalho ou atividade física exigente são fatores de risco associados à ameaça de APPT. O repouso tem assim o objetivo de reduzir o stress, a carga física e a atividade uterina contrátil, no sentido de contrariar o parto. Esta medida procura dar mais tempo ao feto para se desenvolver no mundo intrauterino.
O tipo de repouso prescrito pode ser dividido em repouso absoluto ou repouso relativo. 
No repouso absoluto no leito a atividade física é reduzida ao mínimo; a grávida fica continuamente deitada no leito, sem deambular. Toda a atividade de alimentação, higiene e eliminação devem ser aí ser realizadas.
No repouso relativo, a grávida pode deambular com moderação ate ao wc para prestar os cuidados de higiene e eliminação. A deambulação é no entanto restrita ao mínimo essencial, não podendo por isso deambular livremente. Estas indicações de repouso podem chegar a vários dias ou semanas, sendo diferentes conforme cada situação específica.
Durante muito tempo pensou-se que o repouso absoluto no leito seria essencial como medida standard.


No entanto, sabe-se que a inatividade física contínua também tem riscos, mesmo em pessoas jovens, tais como:

  • Aumento do risco de fenómenos trombóticos;
  • Ansiedade e depressão;
  • Stress familiar;
  • Preocupações financeiras;
  • Enfraquecimento muscular e ósseo;
  • Dificuldade na recuperação pós-parto;
  • Aumento de probabilidade de complicações, proporcional à restrição de movimentos.

Apesar destes riscos, a opção de repouso absoluto não pode ser descartada, sendo uma importante opção do obstetra em situações específicas.
A opção de repouso relativo diminui alguns destes riscos, mas ainda assim, impõe-se à gravida uma diminuição drástica da mobilidade e deambulação, além de persistirem os fatores de risco psicológico de cariz familiar, económico e social, pelo internamento que por vezes é prolongado.
Tal como todas as pessoas são diferentes, os ritmos de vida, níveis de stress e atividade física das grávidas também variam. Reduzir a atividade e o cansaço, proporcionar um ambiente calmo, podem ser fatores importantes na abordagem à APPT. Mas muitas vezes não são a causa única, podendo outras causas serem responsáveis. 
Em virtude dos riscos da imobilidade, a equipa cuidadora deve montar uma estratégia de acompanhamento, explicando de forma esclarecedora a situação de ameaça de parto, as vantagens do repouso implementado, bem como os seus riscos. A equipa deve igualmente estar alerta para o aparecimento de alterações tromboembólicas, prestar ou fornecer apoio psicológico e emocional, envolvendo a família e, proporcionando ainda se necessário fisioterapia cardiorrespiratória e/ou neuromúsculoesquelética.